quinta-feira, abril 19, 2007

Os Nãodicatos

Um pequeno apontamento para dizer que, embora correndo o risco de estar errado, Portugal deve ser dos poucos países da União Europeia (e esses já são 27!) onde os Sindicatos pouco ou nenhum poder têm.
Deve dizer-se que a culpa será mesmo dos prórpios Sindicatos e não do Governo, até porque esses mesmos Sindicatos estão regra geral demasiadamente fragmentados e não raras vezes associados a partidos políticos. Em tempo de crise pouco haverá a negociar, mas o Governo faz como quer e ainda se ri por cima...
E os trabalhadores, estão dispostos a fazer valer os seus direitos, ou querem comprar tudo feito?

5 Comments:

Blogger Filipe said...

Graças a Deus que não têm muito poder! Basta olhar para as duas maiores centrais sindicais e ficar contente por não terem muito poder. Embora eu julgo que até vão tendo a mais. CGTP e UGT? Era desmontar, queimar peça a peça e fazer outra coisa nova! Isso e o Instituo Camões, por exemplo, que não tem nada a ver com sindicatos mas padece do mesmo mal. Aliás é como as Ordens Corporativistas, a dos Médicos, Advogados, Engenheiros etc, esses clubes de compadrios de statuos quo eterno... repito: desmonatr e queimar peça por peça, a ver se das conzas não brotaria nada melhor... pior era muito difícil.
Uma última nota, isso "dos trabalhadores" no sentido em que se ouve os sindicatos falar é uma treta, esse conceito é falsamente agarrado pelas centrais, "os trabalhadores" como eles dizem são a grande maioria do povo e dos eleitores, e é nas urnas que esse povo tem voz. Ouvir os sindicatos (ou o PCP ou o BE por exemplo, ou ainda o PSD ou o PS quando estão na oposição) dizer que "os trabalhadores" estão descontentes com o governo, falam apenas de uma minoria que realmente está descontente. A realidade é depois traduzida nas urnas e são sempre os mesmos dois partidos a partilhar o poder sucessivamente.
Lema: desmontar e queimar!

11:50 da manhã GMT+1  
Anonymous Anónimo said...

A conclusão que tiro do teu comentário, Lipe, é que tudo seria muito melhor sem sindicatos, centrais sindicais ou toda e qualquer associação que defendesse os interesses dos trabalhadores. Isso parece andar perto de um saudosismo do tempo da velha senhora em que o que era importante era a malta trabalhar, ser explorada e não refilar. Tudo a bem da nação.

Os trabalhadores são, na verdade, a grande maioria do povo. Mas os trabalhadores explorados e enganados por empresários sem escrúpulos (será que não podemos integrar o governo nesta categoria) são cada vez mais e, caso não existissem sindicatos, essas pessoas não teriam voz para fazer valer os seus direitos. O voto é um instrumento que os trabalhadores podem, e devem, usar, mas depois das eleições é frequente o incumprimento de promessas eleitorais e a degradação das condições de trabalho de mts que recebem 400 euros por mês. Os sindicatos servem para dar voz a muitos como esses! "Desmontar" e "queimar" acabaria com a única forma que resta a essas pessoas para se fazerem ouvir.
O sindicalismo foi uma das vitórias de Abril e "desmontar" ou "queimar" uma das grandes conquistas desse tempo seria fatal para um estado livre e democrático.

No entanto, devo dizer que o post do nosso companheiro ia numa linha diferente do teu comentário. Se me disseres que os sindicatos deveriam ser associações completamente independentes de forças políticas, estou inteiramente de acordo! Esse é um grd desafio que se coloca hj em dia às centrais sindicais.

1:36 da tarde GMT+1  
Blogger Filipe said...

Caro Morgado, já me conheces o suficiente para me leres um pouco melhor e não fazeres propaganda comigo.
Em nenhuma altura podes concluir que eu desejo um país sem sindicatos e dizeres que mais parece saudosismo meu do tempo da outra senhora é uma leitura ainda mais falsa. O tempo da outra senhora não o viveste tu nem eu, felizmente.
O que digo é que os sindicatos que temos são uma porcaria e por isso digo, desmontar e queimar para se fazer melhores sindicatos.
As centrais e os partidos que dizem que "representam os trabalhadores" são sofistas para não dizer descaradamente mentirosos. Se o fossem eram eleitos, teriam maiorias, teriam peso sério e coerente. A grande maioria dos trabalhadores, mesmo os que merecem melhoramento das suas condições não se revêm nem nesses partidos nem nas centrais sindicais que temos.

2:39 da tarde GMT+1  
Anonymous Anónimo said...

Exactamente por te conhecer bem é que fiquei preocupado com as minhas conclusões e quase aliviado depois de ler o último comentário. Quase porquê? Porque repetes algumas coisas q escreveste no primeiro.
Sindicatos não são partidos políticos, não vão a votos, nem têm militantes! Os sindicatos são associações que existem para defender os interesses dos trabalhadores (ou estudantes) que podem ter as mais variadas orientações políticas. Eu posso ter votado PS nas últimas eleições e participar em manifestações, ou outras formas de protesto, organizadas por uma central sindical, contra o governo que ajudei a eleger.
Na tua crítica partes de uma premissa real, mas que não é a mais correcta. A independência dessas associações face às direcções dos partidos. E é por aí, e só por aí, que passa a mudança essencial, pois irás ter sempre nos sindicatos gente de todos os quadrantes políticos. A ideia de que os sindicatos são bloqueadores do desenvolvimento da sociedade é errada. Eles são uma força que ambiciona ajudar o país a desenvolver-se. Esse desenvolvimento será feito à custa do trabalho de todos, mas na hora de colher os frutos desse processo, aqueles que mais se sacrificaram não podem ser esquecidos.
Ser sensível a esta realidade é tudo menos propaganda. Querer ajudar a melhorar a situação actual é tudo menos comodismo.

5:47 da tarde GMT+1  
Blogger Filipe said...

Partamos de outra "permissa real" para ver se nos entendemos. A "permissa" é que julgo sermos ambos razoavelmente inteligentes. Muito do que dizes não me pode ser dirigido porque não vai contra o que disse. Parece que eu sou contra os sindicatos per si... não sei onde foste buscar essa ideia. Fui claro desde o início que o "meu problema" está com os sindicatos que temos e não contra a existência de sindicatos, que julgo obviamente serem uma peça importante no funcionamento de uma democracia, tal como são os partidos e as assossiações cívicas e as ONG's e até em certa medida as corporações. Pintares a manta como se eu tivesse entrado num discurso de tipo ideológico não está correcto. Repito para ver se fica tudo transparente: os sindicatos que temos não prestam; não sou contra os sindicatos em si.

Beijos

8:53 da manhã GMT+1  

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