Foi aqui, precisamente aqui (e precisamente HÁ 1 ANO)
Foi precisamente há um ano. Pouco depois do "incidente" prometi aqui o post para breve. Para quem me conhece, 1 ano enquadra-se perfeitamente no conceito de "em breve"...
O atraso deveu-se a falta de inspiração, organização, e por não encontrar a fotografia, que agora aqui se vê e que é no fundo a "prova do crime". Ora bem, esta não é propriamente a do crime, já que tenho a da "boca na botija", mas isto está a dar erro - talvez mais tarde.
No dia 28 de Julho de 2006, já na segunda metade daquilo que foi a grandiosa SAGA de 6 semanas a percorrer a Austrália, lá fui à grande barreira de corais, o grande "highlight" das férias. O meu colega de viagem, o alemão Sebastian, (Sebastião para os amigos), optou por não fazer o mergulho, só snorkeling, por motivos de restrição de orçamento. No meu caso, ponderei até ao último segundo, e depois de também fazer contas à vida, lá achei que era "a oportunidade de uma VIDA".
A menina que se vê atrás de mim é a instrutora que julga ter-me dado uma garrafa de oxigénio quase cheia, e até comenta isso comigo, em tom de graça. O que ela só descobriu debaixo do mar e depois de eu já não ter oxigénio, é que a garrafa estava quase VAZIA, e quando a avisei, não estava quase, mas estava MESMO vazia. Isto depois de cerca de 10/15 minutos a mergulhar, e de estar a cerca de 7 metros de profundidade. Ela levava-me a mim e a uma senhora pela mão, e como a outra senhora estava menos confiante e eu queria "explorar" sozinho, pedi para largar a mão; ela deixou uns segundos mas disse que não podia e tive de dar a mão de novo. Não posso afirmar, mas isso pode ter sido decisivo para ainda estar aqui hoje e estar a escrever a história... (não estou com dramatismos!!)
É que quando me apercebi que cada vez saía menos oxigénio da garrafa olhei para o visor que mostrava a quantidade e vi que estava encostado no zero, fiz-lhe sinal, ela não deve ter percebido e eu mostrei-lhe o tal visor. Entretanto deixei de conseguir inspirar mais. Ela entrou em pânico; felizmente eu não. Ela tinha uma "boca" suplente ligada à garrafa dela e deu-ma imediatamente, mas virada ao contrário. Apesar de isso me possibilitar inspirar o oxigénio, tive de engolir um pouco mais de água para virar esse tal bocal ao contrário.
Apesar de o mergulho supostamente dever durar meia hora, demorou menos porque voltamos para o barco.
Não houve desculpas, não houve comentários, tentaram passar a imagem de que nada de especial se tinha passado. Já no barco, visualizava a situação que se tinha passado na minha cabeça, via a reacção das pessoas do staff (ou a falta de reacção) e comecei, aí sim, a ficar ansioso e nervoso, de uma maneira que não me lembro de alguma vez ter sentido.
Entretanto comecei a pensar que não era justo estar a passar por isto e a pagar por isto, daí que depois de muita indecisão (normal para quem me conhece), decidi que não ia pagar o mergulho (não era pré-pagamento, e era um "suplemento" ao "cruzeiro" em si). Avisei uma das pessoas, que foi dizer a outra, que depois foi dizer a outra. Depois de me terem tentado convencer de que "e tal e coisa" tinha que pagar, o último que veio falar comigo lá disse que não precisava de pagar, mas um bocado como se fosse um favor que me estava a fazer.
A tripulação era jovem, muito bem disposta e simpática e de várias nacionalidades, mas todos se esquivaram, ou tentaram esquivar-se a dar-me o mergulho de graça, até porque. cheira-me, esse dinheiro deve ter sido descontado no salário de alguém! Já não me lembro bem, mas seriam pelo menos uns 100€. Se eu me tivesse lembrado, não pagava também a tal foto que não consigo publicar aqui, tirada logo a seguir pelo fotógrafo/mergulhador que passava, mas já tinha pago antes de ter tido a conversa com o staff e estava curioso por ver a foto, fui logo buscá-la. Pena que ele não tenha apanhado o "background" com as maravilhosas vistas de peixes tipo Nemo (minúsculos, gigantes) e corais...
Outra coisa digna de relevo é o facto de nos 3 minutos de formação que tivemos antes do mergulho, numa espécia de plataforma do barco, uma das pessoas dizer que não ia fazer o mergulho, que não se sentia confortável e que não conseguia respirar bem.
Tudo isto parece muito bem, assim como o facto de eles dizerem, não se preocupe, ao princípio é normal, vamos lá experimentar outra vez, etc.
O que não é normal é depois de 3 ou 4 tentativas um outro instrutor (esta situação não envolveu a minha instrutora - deu barraca comigo e chegou!) ter olhado para a garrafa de oxigénio e ter visto que estava fechada!! Assim ia ser difícil ter qualquer oxigénio que fosse...
Esse foi logo um episódio que encheu todo o grupo de confiança para o mergulho!!
Resumindo, se lá estivesse fazia o mergulho de novo, porque apesar de o snorkeling ser muito fixe e incluído no preço, não dá mesmo para comparar com o mergulho!
Acabo com um caloroso RIP para todos, mas acima da terra para já!
P.S. Desde aquele dia deixei de acreditar que "atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher"...